A força do turismo na economia e oportunidades para o Brasil foram os principais focos da palestra do ex-ministro do Turismo e atual presidente do conselho do Grupo Wish Hoteis, Vinicius Lummertz, no evento Lide Brazil Conference Milan, na Itália, nesta sexta-feira. Segundo ele, o país tem o maior potencial de desenvolvimento do turismo de natureza, mas o setor ainda não é prioridade política.

– Esse país que é o maior potencial natural para o desenvolvimento do turismo no Planeta segundo o Fórum Econômico Mundial, esse país que é um dos 10 potenciais culturais do Planeta segundo essas próprias instituições ainda tem um dos piores ambientes de negócios. Mas nós já mostramos capacidade de organização e nós podemos ter mais uma oportunidade importante agora com a COP 30 – afirmou Lummertz para plateia de mais de 100 empresários do Brasil e da Europa.

Ainda sobre o turismo de natureza, o ex-ministro disse que o Brasil pode ser o país de parques para o Planeta. Teve um hotel construído em 1958, um dos melhores das Américas em Foz do Iguaçu. Mas é o único hotel num parque nacional do Brasil até hoje.

Para ele, um dos obstáculos no país é a falta de uma política para o setor que inclui falta de crédito. Na palestra, ele citou como exemplo de disparidade o Fungetur (Fundo Geral de Turismo) para financiar o setor, que conta com apenas R$ 1 bilhão de verba anual enquanto o Plano Safra, para a agricultura, conta com R$ 300 bilhões a R$ 400 bilhões anuais.

Potencial turístico do Brasil

Conforme Lummertz, o turismo no Brasil, hoje, movimenta cerca de 121 bilhões de euros, gera 7,7 milhões de empregos e responde por 7,3% da economia (PIB). Mas tem potencial para chegar em 2035 com uma receita de 223 bilhões de euros, 11 milhões de empregos e responder por 9,3% da economia.

Como estava falando na Itália, ele citou que a economia italiana obtém com turismo 195 bilhões de euros, gera 2,8 milhões de empregos e que o setor responde por 10,0% da economia. Quanto ao mercado de trabalho global, um de cada três novos empregos será ligado ao turismo até 2023.

Quanto a destinos turísticos internacionais, além dos tradicionais, pelo menos três países têm se destacado como referências novas. Um é Portugal, que promoveu uma modernização e se posicionou como destino “cool”, a Turquia que fez novos hotéis e promoveu a aproximação de culturas, e a Tailândia que atrai chineses com hotelaria de alto padrão. 

Segundo ele, a história e a cultura locais estão se tornando grandes atrativos turísticos e valem ser promovidos. Um exemplo é a Nova Rota da Seda, iniciativa da China que está conectando 50 cidades turísticas no mundo.

Uma das iniciativas na criação dessa associação de cidades da Nova Rota da Seda foi a inauguração de um museu da cerâmica na cidade de Jingdezhen. A propósito, a palavra China, segundo Lummertz que esteve na inauguração do museu, significa cerâmica.

Na avaliação do ex-ministro, o Brasil tem duas vantagens comparativas globais, o turismo e o agro. Ele concluiu a palestra sugerindo aos setores público e privado do país acelerarem a transição para o turismo globalizado, promover ao cesso ao conhecimento, fortalecer o mercado interno e fazer conexões com cadeias produtivas globais.

Um dos anfitriões de empresários no evento na Itália, o presidente do Lide Santa Catarina, Delton Batista, avalia que é importante debater o turismo porque é uma das principais atividades econômicas do Estado. Além disso, conta ainda com grande potencial em diversos segmentos.

Via NSC Total.


Delton Batista

Presidente LIDE Santa Catarina

Economista, Especialista em Gestão de Negócios e em Marketing. Fundador da 8R, escritório de aceleração de negócios. Presidente LIDE SC, grupo de líderes empresariais do país e com passagem como alto executivo em grandes companhias brasileiras.

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